O Seguro para PcD é mais caro ou mais barato?
O Seguro para PcD – Pessoas com Deficiência tem algumas diferenças importantes em relação ao seguro Auto tradicional, e saber quais são elas é essencial para que o segurado transmita à seguradora todas as informações necessárias ao cálculo do seu seguro, bem como para que ele possa aproveitar as condições e benefícios desse tipo de produto.
As pessoas com deficiência estão, cada vez mais, conquistando a independência em sua mobilidade, graças a uma série de adaptações criadas para garantir a sua segurança ao dirigir e/ou ao se locomover como passageiras.
Vamos descobrir neste artigo se o Seguro para PcD é mais caro ou mais barato que o seguro comum e por que investir nessa proteção personalizada pode fazer toda a diferença para essa parcela da população, que representa quase 24% de todos brasileiros.
Como é realizado o cálculo do Seguro para PcD?
VEÍCULOS ADAPTADOS
O cálculo de todo seguro de Automóvel leva em consideração aspectos como o modelo do carro segurado, perfil e hábitos do condutor, coberturas incluídas e franquias.
No caso do Seguro para PcD, é comum que os veículos sejam modificados para proporcionar as condições ideias para o condutor com deficiência.
Algumas adaptações comuns são o pomo giratório, com o qual o volante fica mais firme para que possa ser controlado com apenas um braço; a troca do acelerador para o lado esquerdo do freio, para motoristas com alguma limitação no membro inferior direito; aceleradores manuais e volantes feitos para serem dirigidos com os pés.
Tais intervenções influenciam, portanto, no cálculo do prêmio que será pago pelo segurado, pois alteram o valor e características significativas do carro a ser protegido.
Mesmo os automóveis que não contam com a instalação de equipamentos especiais, mas foram comprados com o desconto dos impostos IPI e ICMS, garantido por lei a pessoas com deficiência, também são considerados não convencionais.
Dessa maneira, é preciso informar todos os detalhes sobre o veículo ao corretor de seguros no momento da cotação do Seguro para PcD, caso contrário, o segurado poderá ter surpresas se ocorrer um sinistro e ele precisar receber a indenização.
O ideal é listar todos os equipamentos instalados, pois assim garantirá a sua inclusão no cálculo da seguradora e receberá o respectivo ressarcimento em caso de eventuais danos ou perdas em cada um deles.
Em geral, a principal base para a definição do valor da indenização para um veículo é a tabela FIPE, que informa todos os meses valores médios de automóveis novos e seminovos, levando em conta fatores como ano de fabricação, modelo, custo de reposição de peças etc.
Como os veículos adaptados não fazem parte dessa relação, o cálculo da indenização do Seguro para PcD é feito de forma mais específica, o que reforça ainda mais a importância de ser bastante transparente na hora de contratar esse produto. A estipulação de preço do automóvel será feita na modalidade Valor Determinado, com um valor fixo.
COBERTURAS ESPECIAIS
Da mesma forma, algumas das coberturas de um Seguro para PcD são diferentes das de um seguro Auto tradicional, visto que as necessidades do segurado mudam – e isso também entra no cálculo do prêmio.
Além dos equipamentos que já mencionamos, que precisam ser incluídos nos itens cobertos, a assistência em caso de pane elétrica ou pane seca, por exemplo, precisa ser mais rápida para um segurado que tenha mobilidade reduzida.
Qual é a diferença entre o Seguro para PcD e o seguro tradicional?
Nas condições da apólice em si, o Seguro para PcD tem como principal diferença a inclusão de cláusulas para tratar dos impostos, cuja isenção vimos que é um direito garantido pela legislação brasileira.
O contrato desse seguro precisa deixar claro que se trata de um automóvel adquirido com o desconto dos dois impostos que incidem sobre a compra. Vale ressaltar que esse direito tem um prazo de dois anos para a reutilização, portanto, se um sinistro ocorrer nesse intervalo de tempo, haverá a cobrança do IPI e do ICMS normalmente.
Por isso, há seguradoras que oferecem a cobertura apenas do valor do veículo, deixando a quitação do imposto ao segurado, e outras que cobrem 100% do valor da FIPE somada ao valor dos impostos. Essa é uma cláusula que deve ser observada na hora da contratação, e que também influencia o valor do Seguro para PcD.
O impacto da isenção de imposto no preço do seguro
Essa questão também é importante porque reflete no valor da importância segurada.
Quando a indenização oferecida pela seguradora não inclui a quitação fiscal, o valor final recebido pelo segurado, subtraído dos impostos que precisam ser pagos no momento do sinistro, pode ficar abaixo de 80% do valor do seu veículo, de forma que não garante o dinheiro total que ele vai precisar desembolsar para comprar um novo.
O seu poder de compra cai mais ainda se ele precisar efetuar essa compra menos de dois anos após a primeira, de modo que não poderá usufruir novamente da isenção.
Sendo assim, é preciso avaliar bem o tipo de Seguro para PcD que será contratado. Dê preferência ao produto que garantir a indenização integral de 100% do valor da FIPE mais impostos. Ou então contrate coberturas extras para receber até 105% do preço do veículo, o que pode ajudar no pagamento dos tributos caso eles precisem ser pagos.
Por todos os detalhes descritos neste artigo, o Seguro para PcD acaba parecendo mais caro que o seguro Auto tradicional, mas garante benefícios e coberturas personalizadas essenciais para o cliente com deficiência, como central de atendimento 24 horas, oficinas especializadas, guincho sem limite de Km, descontos em estacionamentos, assistência para reparos de cadeira de rodas e verba para táxi em caso de sinistro fora do município do segurado, entre outros.
Quando colocado na ponta do lápis, o custo-benefício é bastante positivo.